quarta-feira, 19 de março de 2008

Haverá limite para a Longevidade?!

Há um século, Alexandre Dumas proferiu a seguinte sentença em relação à senilidade humana: “O homem nasce sem dentes, sem cabelo e sem ilusões. E morre da mesma forma: sem cabelo, sem dentes e sem ilusões.” Hoje as palavras do escritor francês continuam a fazer sentido, mas com certos cambiantes. É muito provável que as pessoas deixem este mundo desencantadas, mas cada vez são mais as que chegam à velhice com a dentadura, a cabeleira e as suas faculdades mentais em estado muito aceitável.

Super Interessante, Abril de 2001



Não sei se já te deparaste com esta situação, mas a verdade é que, desde o princípio dos tempos, independentemente do país e das condições de vida de cada um, de um modo geral, a longevidade tem vindo a aumentar bastante.

À cerca de 1500 anos atrás, os habitantes da Roma Imperial e de outras cidades contemporâneas, não viviam muito mais do que vinte anos. No entanto, já nos tempos em que D. Afonso Henriques governava Portugal, a esperança média de vida, embora ainda bastante baixa, já se encontrava próxima dos trinta anos. Isto, porque grande parte da população morria à nascença e, os que não morriam nesse momento, devido às péssimas condições de vida e à época degradante que se vivia, acabavam por morrer, não muito mais tarde.
No entanto, em 1900, parte da população, já celebrava o seu quadragésimo sexto aniversário e em 2001, já existiam pessoas com setenta e seis anos de idade. Actualmente, em 2008, estima-se que a população sobreviva, em média, até aos oitenta anos. Não é espantoso?!
Para os leitores que ainda não se sentem convencidos desta teoria... A verdade é que, nos últimos cem anos a esperança média de vida aumentou cerca de trinta anos. Obviamente que o desenvolvimento da medicina, a melhoria da higiene e da alimentação foram factores muito importantes no aumento significativo da esperança de vida. Seguindo esta ordem de ideias, para que a espécie humana atinja o grande patamar da Imortalidade, terá de modificar alguns factores que ainda condicionam a sua existência.
Uma excepção a este esquema da evolução senil foi a Grécia Clássica, onde a duração média de vida alcançava valores que só voltariam a registar-se cerca de 2500 anos depois. A prova disso é a notável proporção de gregos ilustres invejavelmente longevos: o filósofo sofista Górgias morreu aos 105 ou 109 anos; Sófocles escreveu a sua última obra aos 82 anos; Hipócrates e Demócrito conseguiram ser centenários; e quando Sócrates foi condenado a beber cicuta, aos 70 ou 71 anos, mantinha as suas faculdades mentais em pleno rendimento.
Se ponderarmos sobre o assunto, é curioso chegarmos à conclusão de que, actualmente, já conseguimos viver quase o quádruplo do que vivia um centurião da Roma Antiga. E, apesar dos que atingem o centenário ainda serem uma minoria, formam, hoje, o segmento que mais aumenta entre a população dos Estados Unidos da América. Pelo que demonstram alguns estudos elaborados nos Estados Unidos, o número de centenários aumentou dezasseis vezes.



Nos últimos cem anos, a esperança média de vida nos países desenvolvidos passou de 48 para 76 anos, o equivalente ao aumento registado nos 1900 anos anteriores.

Super Interessante
, Abril de 2001



Se em 2001 a esperança média de vida era de setenta e seis anos, e agora, em 2008, é de oitenta anos, significa que em sete anos a esperança média de vida aumentou cerca de quatro anos. Por esta ordem de ideias, em que ano a esperança média de vida será de 100 anos? E 200? Poderei arriscar 500 anos? E se um dia chegarmos a ser eternos? Já ponderaste essa situação?


- Vem aprender a manter a tua chama acesa! -


Centurião - chefe ou comandante de uma subdivisão da legião romana constituída por cem homens, na antiga Roma.

3 comentários:

Inês disse...

de facto..!

para mim coloca-se é a seguinte questão, para quê ambicionar tão alta esperança de vida, se muitos dos idosos quando alcançam tais idades já se encontram sem qualquer qualidade de vida (seja por motivo de doença, incapacidade...)?
Eu espero não chegar tão longe ;)

Beijinhos bom trabalho!

Anônimo disse...

Olá meninas!

claramente!

Roubar 300 ou 400 anos à morte, seria tão grande feito,que as gerações vindouras curvar-se-iam perante tão nobres antepassados.Talvez através do projecto SENS,ou de multíplos programas de investigação genética ,ou mesmo de uma cada vez maior integração entre o homem e a máquina,entre o ser biológico e o ser tecnológico que em última instância poderá originar o"homem biónico"consigamos lá chegar.Contudo penso que a imortalidade,é a linha que avança na nossa escala temporal,mas que está para além dela,é a seta de tempo que inexoravelmente caminha sem nós.Do ponto de vista existencial prolongar a ideia
de viver,seria afastar-mos para mais longe o espectro do fim,as angústias adjacentes ao ser-mos "HUMANOS",um bálsamo para os nossos sentidos,que ecoa em nós como o mais profundo dos anseios.
O que me parece mais importante,é que por mais íngreme que se apresente a tarefa,o homem não desista destes propósitos.

E O TEMPO?
INDOMESTICÁVEL CORRE
ESSE DOCE E AMARGO VAGABUNDO
QUE DE NÓS FÁZ ORFÃOS

Paulo Henriques

bom trabalho!

Anônimo disse...

Interessante,interessante miudas!
A longevidade acaba por tornar-se mais que um mistério,é uma obcessão.
Está mais que provado que a longevidade está directamente relacionada com aspectos fisicos(fisicos, no sentido da parte carnal do ser humano), mas existe uma parte que não se deve deixar de focalizar ou mesmo omitir ou ignorar, a parte espiritual do ser humano.
foi visto que a longevidade tem evoluido bastante,mas já antes de cristo, em tempos gregos era possivel chegar tão longe como hoje e se possivel com mais saude. O mais lógico que se pode afirmar é uma mudança de consciência, outras preocupações que não sem fundamento. Podemos também ver exemplos de pessoas verdadeiramente ligadas á espiritualidade que conseguem atingir uma longa longevidade.Talvez o segredo não esteja numa poção ou em medicamentos ou apenas uma alimentação também muito saudavel.Há que conjugar o nosso conhecimento cientifico com o espiritual e evoluir assim então a outro nivel de consciencia. A vida eterna está ao alcance de todos e toda a gente, não através de um processo trascendente, mas sim imanescente, conhcendo-se a si próprio.










Josimar